terça-feira, 5 de julho de 2011

As características do desenvolvimento capitalista na Prússia (Alemanha).



Segundo Chasin, o autor do texto, as características do desenvolvimento capitalista
na Prússia se põe de forma retarda e retardatária em relação a Inglaterra e a França. Um dos
fatores para esta condição na Prússia foi a unificação da unidade nacional tardia, assim como a
industrialização e também a burguesia com influências feudais.
As conseqüências socioeconômicas desse desenvolvimento burguês, com forte
influência dos senhores feudais, foi a manutenção máxima da sujeição e servidão e também
o desenvolvimento retardado capitalista e das forças produtivas implicando em sofrimento,
exploração e opressão dos camponeses e consequentemente, do proletariado. Essas conseqüências
refrearam a industrialização pagando dessa forma, alto tributo ao atraso.
No entanto, só foi no século XIX que a burguesia alemã começou a pensar em um estilo
capitalista de produção, seguindo os exemplos da França e Inglaterra. Enquanto na França a
burguesia e os camponeses se juntaram para tirar do poder a nobreza, na Alemanha não houve
essa união dessas classes, não ocorrendo, dessa forma, a revolução. A burguesia alemã temendo o
proletariado revolucionário, abandona a política e realiza apenas as tarefas econômicas, votando os
impostos e empréstimos e cedendo soldados ao governo. Dessa forma o governo alemão favorecia
os burgueses reformando leis de interesses burgueses, impedindo o desenvolvimento industrial e
favorecendo o comércio, fazendo com que os burgueses comprassem sua emancipação social em
troca da renúncia do poder político.
Entre 1868 e 1870 com a unificação da Itália e Alemanha, criou condições para uma rápida
industrialização nesses países. A industrialização atingiu em certo momento grande velocidade
ficando atrás apenas dos Estados Unidos, passando do quarto lugar mundial em produção industrial
para o segundo lugar, passando a frente até da Inglaterra e da França. Essa expansão industrial
ocorreu devido a criação do Império alemão depois da guerra de 1870 tendo a unificação nacional,
anexando territórios franceses, inclusive jazidas de ferro como a da Lorena, fato este que
impulsionou a indústria siderúrgica. Em decorrência da guerra, a Alemanha também recebeu
indenizações em dinheiro da França. E com dinheiro e minérios a Alemanha passou a produzir em
pouco tempo como nunca havia produzido antes.
Essa expansão chocou-se de frente com as grandes potências da época principalmente a Grã-
bretanha, tanto em questão de exportação industrial, como de exportação de capitais, constituindo
dessa forma, um dos motivos da Primeira Guerra Mundial.
Segundo o autor, esse desenvolvimento não ocorreu em toda Alemanha, pois as regiões
rurais não cresciam como as cidades. O campo continuava produzindo de maneira artesanal, fato
que levou grande parte dos trabalhadores rurais para as cidades em busca de melhores salários e
condições de trabalho.

Bibliografia: CHASIN, José. A miséria Brasileira. São Paulo, Estudos e Edições Ad Hominen,
2000. (P. 38 a 58)

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