Liderança

Como escolher um padrão de liderança

Por R. Tannenbaum & W. H. Schimidt

Os autores Tannenbaum e Shimidt abordam em seu artigo um dilema vivido pelos administradores de suas épocas e também dos dias atuais: O líder deve ser democrático, autocrático ou intermediário? Mediante a esse dilema, os autores levantam um problema novo de como ser democrático e manter ao mesmo tempo a autoridade e controle sobre a organização e seus subordinados. Nesta época passaram a dar importância maior à motivação e relações humanas, o que acabou iniciando novos estudos dando origem a Escola das Relações Humanas. Dessa forma, os administradores passaram a sentirem-se inseguros em relação a como liderar de forma eficiente. Assim, os autores têm como objetivo examinar os padrões de comportamento do administrador e questionar a importância do tipo de liderança aos subordinados.

Os autores estudaram cada tipo de ação dos administradores e relacionaram com o grau de autoridade e liberdade dos subordinados na tomada de decisões, de acordo com o quadro abaixo:

QUADRO 1: ESCALA CONTÍNUA DE COMPORTAMENTO DE LIDERANÇA

Da esquerda para o centro, o administrador tendia a ser menos autocrático, no entanto, preocupava-se mais com seus interesses e não com os subordinados e do centro para a direita, a decisão é colocada aos subordinados, sobre seus interesses.

Ao identificarem o grau de autoridade, Tannenbaum e Shimidt abordam um novo dilema de liderar com força no administrador, força nos subordinados ou força na situação.

Força no administrador

De acordo com os autores, o administrador recebe influências internas de sua própria personalidade relacionada a sistemas de valores, confiança nos subordinados, inclinação a liderança, segurança em situações incertas e também de experiências passadas. Segundo Tannenbaum e Shimidt, ao compreender suas forças internas, o administrador poderá tornar-se mais eficiente.

Força nos subordinados

Além do administrador, os subordinados também tem forças internas, personalidade e além disso, expectativas em relação ao chefe. Por isso, quanto mais o administrador compreende esses fatores, poderá determinar como agir de forma que seus subordinados ajam com maior eficiência. Esses fatores podem ser:

• Necessidade de liberdade;

• Disposição para assumir responsabilidades de decisões;

• Segurança na incerteza;

• Interesse no problema;

• Compreender e identificar o problema;

• Experiência;

Força na situação

As características da situação também afetam o comportamento como o tipo da organização, grupo de trabalho, natureza do problema e do tempo para decisão, sendo que quanto mais imediata deve ser a decisão, mais difícil de delegá-la aos subordinados.

conclusão

Em relação a longo prazo, os autores propõem que o chefe não precisa ficar amarrado a todas as forcas mencionadas acima, podendo proporcionar treinamentos ou experiências de participação nas decisões.

Proporcionar ao grupo maior liberdade do que estão preparados a receber, pode gerar ansiedade podendo impedir ao invés de facilitar, mas isso não deve ser obstáculo no sentido de proporcionar liberdade aos funcionários. O administrador deve ter razoável centralização, mas também não deve deixar sempre as decisões para seus assistentes.

O administrador, segundo os autores, deve compreender as próprias forcas internas, e de seus subordinados e também a organização e ambiente social. Deve comportar-se adequadamente e não deve ser caracterizado nem como líder forte, nem liberal e sim um líder de alto padrão de desempenho da avaliação das forças.

Baseado neste estudo proposto por Tannenbaum e Shimidt, conclui-se que não existe uma fórmula mágica de como fazer e nem um manual padrão de como agir e liderar, devido às diferenças entre as organizações, regiões, culturas, políticas, etc. O que cabe ao administrador é identificar os fatores expostos e agir de maneira sensata e adequada para cada situação, sem deixar de lado as idéias novas, pois liderar é uma arte em constante evolução.