quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sociologia: Comparação da via prussiana com a via colonial

Comparação da via prussiana com a via colonial:

O caminho prussiano na Alemanha e a via colonial no Brasil tiveram dois fatores semelhantes. O primeiro é que a propriedade rural teve presença decisiva nesses processos. No entanto, a via prussiana teve influências feudais, enquanto que no Brasil a propriedade rural estava voltada para o mercantilismo de origem colonial. O segundo fator, refere-se à uma expansão industrial retardatária sofrendo refreamento das forças contrárias e adversas ao verdadeiro capitalismo.

O Brasil assim como a Alemanha não conheceu a revolução burguesa. De fato, a burguesia da via prussiana deixa de realizar suas tarefas políticas, mas cumpre muito bem seu papel na economia de acordo com seus interesses. Enquanto que a burguesia no Brasil não foi capaz de efetivar sua autonomia econômica, conformando-se em permanecer em condições de subordinação ao imperialismo. A burguesia se ligou às classes dominantes, operando na economia fragmentada, onde as transformações políticas eram feitas através de conciliações e concessões mútuas sem a participação do povo.

Enquanto a Alemanha já se encontrava em uma rápida industrialização, atingindo rapidamente a configuração imperialista, no Brasil a industrialização se principia muito mais tarde, no momento das guerras imperialistas, sem nunca romper com sua condição de país subordinado. O Brasil apenas encontrava na indústria uma alternativa para a produção agro-exportadora (herança da época colonial que só enxergava a vocação agrícola para o Brasil) que já estava em declínio devido a super crise do café, bloqueando o avanço do capitalismo, por causa dos financiamentos externos para praticar essa atividade.

As medidas econômicas antinacionais e as políticas autocráticas, as ditaduras e os milagres como a indústria automobilística e bens de consumo duráveis que eram destinados a um privilegiado mercado interno e a exportação de produtos primários e matérias-primas para o exterior, mostra uma estrutura colonial subordinada aos centros hegemônicos do capital.

A revolução de 1930 no Brasil mostra que a produção voltada para o mercado externo se tornou incapaz de sustentar a vida do país, bloqueando o avanço do capitalismo. A política agro-exportadora tornava-se um círculo vicioso, porque a produção era sustentada pelo financiamento externo que exigia em troca a produção para exportação do valor emprestado, consumindo todo o valor da economia agro-exportadora. Esta época marca o fim da hegemonia agro-exportadora e o início da predominância da indústria. Mas foi em 1956 que a produção industrial superou a agrícola, porém sem romper com sua condição de subordinação.

2 comentários:

Anônimo disse...

adorei cibele aqui seu trabalho parabens estudo ciencias sociais em sp. muito preciso seu trabalho e direto.

Rafael Melo disse...

ÓTIMA REFLEXÃO!