quinta-feira, 26 de junho de 2008

Filosofia: Política

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ



Acadêmica: Cibele dos Santos de Oliveira.

Disciplina de Filosofia

Curso: Administração

R.A: 35116 - Turma 32, 2004.



Resumo: A vida política. Capítulo 7. Páginas 371 a 385.


A palavra política é grega: ta politika, vinda de polis que significa cidade formada pelos cidadãos, pelos homens nascidos no solo da cidade, livres e iguais, portadores da isonomia (igualdade perante a lei) e a isegoria (o direito de expor e discutir em público opiniões sobre ações que a cidade deve ou não realizar). Dizer que os gregos e os romanos inventaram a política, não significa dizer que antes deles, não existiam o poder e a autoridade, ma sim que inventaram o poder e a autoridade políticos.

Nas realezas existentes antes dos gregos vigorava o poder despótico ou patriarcal. O patriarca é o chefe da família cuja vontade absoluta é a lei, onde o poder era exercido por um chefe de família, com autoridade pessoal era arbitrária, decidindo sobre tudo e sobre todos. O chefe era designado pelos deuses e desejados por eles, detentor do privilégio de se relacionar com o divino diretamente concentrando a autoridade religiosa. Com o crescimento demográfico, expansão territorial e os acordos militares a autoridade passou a ser delegada pelos representantes dos reis, repartindo as funções de direção ou poder.

O poder possuía as seguintes características: despótico ou patriarcal, exercido por um chefe de família; total, onde o detentor da autoridade possuía poder supremo inquestionável para decidir o quanto era permitido ou proibido; incorporado, onde o detentor do poder figurava em seu próprio corpo as características do poder, permitindo figurar uma forte centralização da autoridade; mágico, por perceber a autoridade dos deuses, o detentor do poder possuía forca sobrenatural ou mágica; transcendente, por ser de origem divina, o rei era divinizado e acreditava-se em sua imortalidade como condição da preservação da comunidade; hereditário, era transmitido ao primogênito do rei.

Apesar das diferenças históricas na formação da Grécia e de Roma, há três aspectos comuns em ambas e decisivas para a invenção da política. O primeiro é a forma da propriedade de terra, o segundo, o fenômeno da urbanização e o terceiro o modo de divisão territorial das cidades. Diante do poder despótico, gregos e romanos inventaram o poder político. Separaram a propriedade privada do chefe de família, a autoridade militar do poder civil e a autoridade mágico-religiosa impedindo a divinização dos governantes. Criaram a idéia e a prática da lei como expressão de uma vontade coletiva e pública, definidora dos direitos e deveres para todos os cidadãos, impedindo que fosse confundida com a vontade pessoal de um governante. Criaram instituições como os tribunais e os magistrados, instituição do fundo público, impedindo a concentração da propriedade e da riqueza nas mãos dos dirigentes e as assembléias políticas onde discutiam suas opiniões, defendendo seus interesses por meio do voto. Contudo, os escravos, mulheres, estrangeiros e miseráveis eram excluídos dos direitos e da vida política.

Entre as explicações sobre a origem da vida política, três foram as principais: Primeiro, as inspiradas no mito das Idades do Homem ou da Idade do Ouro em que a razão funda a política. Segundo, as inspiradas pela obra do poeta grego Hesíodo, O trabalho e os dias, em que a convenção funda a política. E terceiro, as teorias que afirmam que a política decorre da natureza e que a cidade existe por natureza, em que a natureza funda a política.

A finalidade da política para os gregos era a justiça na comunidade. Para os sofistas, a justiça é o consenso quanto às leis e a finalidade da política é criar e preservar o consenso. Platão e Aristóteles afirmam o caráter natural da polis e da justiça. Para Aristóteles a justiça política consiste em respeitar o modo pelo qual a comunidade definiu a participação do poder. Essa definição depende daquilo que a cidade mais valoriza, os regimes políticos variando em função do valor mais respeitado pelos cidadãos.

Dois vocábulos gregos são empregados para compor as palavras que designam os regimes políticos. Arché que significa o que está na frente, tais como a monarquia, oligarquia, poliarquia e anarquia; e kratos que significa o poder e a autoridade suprema, como a autocracia, aristocracia e democracia.

Na Grécia e Roma os regimes políticos predominantes eram as monarquias. O único regime verdadeiramente democrático foi em Atenas.

Se a política tem como finalidade a vida justa e feliz, então é inspirada pela ética. Para os gregos, era inconcebível a ética fora da comunidade política, pois a natureza encontrava sua realização mais alta. Esse vínculo interno entre ética e política significava que as qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades morais dos cidadãos e vice-versa. Somente uma cidade boa e justa os homens poderiam ser bons e justos. E somente homens bons e justos são capazes de instituir uma cidade boa e justa.

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